Do alto dos meus medos vejo a porta
Que abre para um mundo que nunca vi Já tentei, desisti e quase morri Para, em vão, nunca lá chegar Mas todos os caminhos me empurram Todos os sinais, como um farol Apontando a terra a quem vem do mar Me dizem: Vai, vai vai Pois só do alto dos meus medos Algum dia finalmente irei Ver Não consigo mais, dizem-me os pés Por entre a terra e os penedos Erva rasa, insectos e lagartas Pessoas más que se vendem baratas Programas de tvs, entretenimentos rascas Políticos corruptos mas à luz da lei Ilustres cidadãos, oh que mentira eu sei E perdido no alto, em nenhures Desfocam-se-me os olhos amíude De procurar gente série algures Vai vencendo assim, a estupidez Já que é artificial, a inteligência Onde reina a negligência Se influencia ou é influenciado Viver consciente é ser-se amaldiçoado Mas venham lá as negações Sejam feitas as maldades Venham daí os julgamentos Escárnio, dúvidas e tormentos Pois só me fazem querer continuar E eis os meus pés por fim a mover Os meus olhos da penumbra a sair E assim consigo vislumbrar Para além do que é possível ver Quão perto do alto por fim estou E outras portas começam a surgir E há tanto ainda para descobrir E acabo então, por perceber Que não é o fim do alto que procuro Mas sim um caminho, a percorrer E não são assim tal altos os meus medos Que não os possa vencer...
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?Porque escrever é para mim como respirar...Só assim me sinto Vivo. Histórico
Maio 2022
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