Decidi tomar outra estrada
Um outro caminho, outro lugar Por onde ia, não havia saída Qual ave, sem poder voar Talvez sim, eu tenha mudado E não me reconheçam afinal Talvez esteja também cansado De sentir em redor tanto mal Não vou ceder às dúvidas Não peço pingo de compreensão Tudo na vida tem o seu momento E por vezes há que seguir o coração Pois o tempo é finito, não duvido Ao contrário de tanta gente E quem vos diz que há sempre tempo Não se enganem, de certo mente Não me acho dono da razão Nem tão pouco mais inteligente Só fecho os olhos, ouvidos moucos Há muita coisa que só se sente Pois a nossa alma nasce pura Rica em amor e bondade Mas há quem tente comprar Ao invés de semear felicidade Mas cada um sabe de si, é certo Já há muito deixei de me importar Pés à estrada, para a frente é o caminho Que são mais que horas, de arrancar
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No ramo pousado repousou
Olhando em redor esperou Pelo momento certo para voar O vento leve o convidou Sem mais demoras lançou Suas negras penas no ar Fez círculos e até dançou Ao ver-me, juro, cantou Como que a cumprimentar E para o leve ramo voltou Mas que afortunado, eu sou Por tudo ter visto ao passar É frio este ar que a manhã traz
Mas não importa, aliás Deitámos já os pés ao caminho Árvores rodeiam-nos dançando Pássaros acenam cantando E segredam: "ninguém aqui vai sozinho" Quem terá soltado neve na margem Que aqui e ali pinta a paisagem E ouvimos agora um burburinho É a água que desce a pique pelo regaço Escavado na terra e sem embaraço Chega ao rio que corre devagarinho E soltou-se um raio de sol envergonhado Atravessa os ramos, já animado Tocando os nossos olhos, com carinho Seguro-te na mão e reflecte no teu olhar Todo o Amor que o Mundo tem para dar E não tememos, pois aqui ninguém vai sozinho Do alto dos meus medos vejo a porta
Que abre para um mundo que nunca vi Já tentei, desisti e quase morri Para, em vão, nunca lá chegar Mas todos os caminhos me empurram Todos os sinais, como um farol Apontando a terra a quem vem do mar Me dizem: Vai, vai vai Pois só do alto dos meus medos Algum dia finalmente irei Ver Não consigo mais, dizem-me os pés Por entre a terra e os penedos Erva rasa, insectos e lagartas Pessoas más que se vendem baratas Programas de tvs, entretenimentos rascas Políticos corruptos mas à luz da lei Ilustres cidadãos, oh que mentira eu sei E perdido no alto, em nenhures Desfocam-se-me os olhos amíude De procurar gente série algures Vai vencendo assim, a estupidez Já que é artificial, a inteligência Onde reina a negligência Se influencia ou é influenciado Viver consciente é ser-se amaldiçoado Mas venham lá as negações Sejam feitas as maldades Venham daí os julgamentos Escárnio, dúvidas e tormentos Pois só me fazem querer continuar E eis os meus pés por fim a mover Os meus olhos da penumbra a sair E assim consigo vislumbrar Para além do que é possível ver Quão perto do alto por fim estou E outras portas começam a surgir E há tanto ainda para descobrir E acabo então, por perceber Que não é o fim do alto que procuro Mas sim um caminho, a percorrer E não são assim tal altos os meus medos Que não os possa vencer... És feita de luz, pó de estrelas
Uma brisa que acalma a dor És o momento num tempo Sem início ou fim só amor És manhã, tarde, anoitecer A madrugada do meu sonho Onde poiso a cabeça, adormeço E nascem poemas que componho Porque a vida é assim mesmo Com lágrimas ora leves, pesadas Conversas feitas, inacabadas Despedidas que nos partem a alma Mas da dor, não fugimos Pois da tempestade nasce a calma Podem as nuvens ter escurecido Pintadas de cinzento voando baixinho Mas nunca nos poderão tombar Tal como o orvalho se dissipa na manhã Também elas acabam por voar Subindo bem longe, perdendo-se na luz Transformando-se em gotas de chuva Que o vento à terra conduz Para uma somente assim brotar E nasce o Amor que nos alimenta Como pão que nos sustenta E nos faz caminhar Mesmo que o destino esteja turvo Mas até o lago feito de lama Cristalino acaba por ficar Quando toda a lama que dança Por fim acaba, por assentar Reluz a luz pela manhã, acordada pela madrugada
O nevoeiro pousa nas folhas como leves gotas de tinta Oh escuridão, que nos escutas e silencias a alma Por entre os montes e vales que nos cercam Oh luz que nos aqueces, dás voz aos pensamentos Somos pequenos, ligeiros pontos andantes Rodopiando por entre as correntes de ar Mas eis que te escapas por entre os raios Iluminando os nossos passos curtos Que nos ilumines o caminho, pedimos Nas horas mais negras, onde escasseia a fé Para que não nos fuja dos pés a coragem |
?Porque escrever é para mim como respirar...Só assim me sinto Vivo. Histórico
Maio 2022
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